São Clemente: mesmo bem visualmente, escola passa “fria”
Contando
um caso de corrupção ocorrido na França de Luis XVI, a São Clemente de Rosa
Magalhães foi a segunda escola de hoje a passar pelo sambódromo do Rio de
Janeiro. Apesar de não empolgar nos quesitos de “chão”, a simpática escola de
Botafogo fez uma apresentação regular e não deve ter dificuldades para se
estabelecer no meio da tabela.
A
comissão de frente, apesar de bem ensaiada, acabou não empolgando o público,
visto que o artifício principal – levantar um dos componentes, tinha acabado de
ser muito bem executado pela União da Ilha, escola anterior. Ainda na “cabeça” da escola,
pode-se dizer que o bom casal Denadir e Fabrício não comprometeu e deve garantir boas notas mais uma vez. O excelente
conjunto alegórico foi o destaque da apresentação, principalmente por conta do “carro
das águas”, que utilizava um tipo de papel especial para emular o efeito de um
pequeno curso d ‘água. O figurino, apesar
de não ter agradado completamente, foi de fácil leitura e esteve dentro da
proposta do enredo. Pecando na apresentação do conjunto que não surtiu o efeito esperado.
A
Fiel Bateria, que enfrentou alguns percalços no início, foi se acertando ao
longo da avenida, e atingiu seu ápice ao executar um “paradão” já no terço
final de sua exibição. O samba, de letra inspiradíssima, não foi cantado à
plenos pulmões pelos componentes, apesar de todo esforço do bom carro de som
comandado por Leozinho Nunes, em passagem regular. O time de canto da São Clemente, aliás, contou
com Rosilene e Cecília, que deram leveza ao sisudo samba. Tradicional calcanhar
de aquiles da São Clemente, a harmonia não esteve em uma noite feliz, assim
como a evolução, já que alguns buracos puderam ser vistos ao longo da Sapucaí. Num ano que bagunçou expectativas, a sensação foi que a preto e amarelo podia ter brilhado mais. Não deve ser dessa vez que a escola deve realizar o desejo de voltar nas seis.