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Carnavalize


Por Juliana Yamamoto e Alisson Valério
As escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo fizeram um lindo espetáculo no Sambódromo do Anhembi. Com um carnaval competitivo, as agremiações mostraram toda sua força nas duas noites de desfile. Para destacarmos ainda mais essa festa, a equipe do site Carnavalize, que esteve presente no Anhembi nos dias de desfiles do carnaval paulistano, selecionou os melhores de cada quesito.

Para começar, vamos ao quesito samba-enredo. O grande samba do carnaval de São Paulo em 2019 foi dos Gaviões da Fiel. Com uma reedição de 1994, a alvinegra teve a melhor comunicação com o público durante todo desfile. Além disso, o samba - considerado um dos melhores da cidade - foi entoado a plenos pulmões pela arquibancada. Com um excelente desempenho da bateria e um ótimo carro de som liderado pelo intérprete Ernesto Teixeira, a obra ficou ainda melhor durante o desfile e sacudiu o Sambódromo como nunca visto antes. Uma apresentação inesquecível e um samba-enredo que será eternamente lembrado pelos sambistas.

Mestre Moleza, da Cadencia da Vila, trouxe os 40 pontos para a escola! (foto: Recordar É Viver)
Já em bateria, várias apresentações se destacaram ao longo das duas noites de desfile. Muitas escolas ousaram em bossas e paradinhas que levantaram o público. Neste ano, o quesito teve como destaque a Cadência da Vila, comandada pelo Mestre Moleza. Desde 2013 na verde, azul e branco, Moleza transformou a bateria da Unidos de Vila Maria em uma das melhores da cidade. Com bons desempenhos nos últimos anos, a Cadência se destacou em 2019 com excelentes bossas, além de uma “paradinha” que levantou a arquibancada Monumental durante sua passagem. O interessante desta bateria é a capacidade de ouvir perfeitamente todos os instrumentos. Além disso, o entrosamento entre o carro de som e a Cadência era mais que evidente. 


Ernesto Teixeira brilhou e foi escolhido por nossa equipe como melhor intérprete (Foto: site Carnavalesco)
Não faz parte do julgamento oficial da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, mas é de extrema importância para uma agremiação e principalmente para seus componentes: o intérprete. Ele precisa mostrar toda sua força e fazer com que o samba-enredo tenha um desempenho de alto nível na avenida. O grande destaque foi Ernesto Teixeira, dos Gaviões da Fiel. Com uma apresentação memorável, o veterano cantor deu um show no Anhembi e levantou a arquibancada. Apesar de sua idade, Ernesto mostrou que continua o mesmo de anos anteriores e comandou o carro de som com maestria. Além disso, seus cacos característicos tornaram-se ainda mais marcantes durante o desfile. Trata-se um patrimônio do carnaval de São Paulo, que merece todo nosso respeito e admiração. Sarava, saravá salve o santo guerreiro! 


A comunidade guerreira da Zona Leste cantou (e muito) sua história, a melhor do carnaval paulistano (Foto: G1/Fabio Tito)
A harmonia de uma escola de samba é um dos quesitos mais importantes. Muitas apresentaram um belíssimo canto durante sua apresentação, mas o grande destaque fica com o Acadêmicos do Tatuapé. A Qualidade Especial ousou em “paradinhas” que evidenciaram o canto dos componentes. A azul e branco sempre se destacou por desfiles técnicos e, principalmente, pelo chão. E, em 2019, não foi diferente. O canto nas alas era constante e o intérprete Celsinho Mody podia parar de cantar em qualquer parte do samba-enredo pois a comunidade seguraria. Isso mostra a força de uma escola de samba e de seus componentes. Com isso, a Tatuapé fica com a melhor harmonia do Grupo Especial.


Na estreia de Jorge Freitas, a Mancha Verde mostrou a grandeza de seu carnaval (Foto: LigaSP/Marcelo Messina)
As alegorias são de extrema importância e dão a “tônica” de um desfile. Em 2019, o conjunto alegórico de grande destaque foi o da campeã Mancha Verde. Com alegorias grandiosas e luxuosas, a alviverde trouxe os melhores carros do Grupo Especial. Além de uma excelente concepção, estavam bem acabadas e eram de fácil leitura. O grande destaque fica por conta do abre-alas da verde e branco, que impressionou pelo tamanho e detalhes. 


De muito bom gosto, a Mancha desfilou com fantasias opulentas (Foto: LigaSP/Marcelo Messina
As fantasias também são importantes para dar um belo “visual” ao desfile. Além disso, precisam manter uma regularidade desde o primeiro até o último setor. O grande destaque no quesito foi, novamente, a Mancha Verde. A escola teve o visual como ponto alto do desfile. As fantasias eram de extremo bom gosto, além de estarem muito bem acabadas. Outro ponto positivo é que eram de fácil leitura e também não caíram de nível nos últimos dois setores. Jorge Freitas, que assinou um enredo de temática afro pela primeira vez na carreira, acertou em cheio.

O enredo também é essencial para o sucesso de um desfile. O tema que será contado na avenida precisa ser de fácil assimilação não só para os jurados, mas para o público em geral. Novamente, a Mancha Verde acertou no quesito. O tema, sobre a história de Aqualtune, avó dos Zumbi dos Palmares, foi muito bem desenvolvido por Jorge Freitas. 


A polêmica comissão de frente dos Gaviões foi destaque no carnaval de SP! (Foto: LigaSP/Felipe Araújo)
A comissão de frente é o primeiro “grupo” a adentrar na pista no desfile de uma escola de samba. Uma boa e impactante apresentação logo no início ajuda no decorrer do desfile. Em 2019, a grande comissão de frente foi dos Gaviões da Fiel. O destaque fica por conta do componente que representava a serpente e sua encenação com o tripé. Além disso, a indumentária utilizada pelos componentes e a densa coreografia ajudaram na incrível apresentação.

Emerson e Karina foram as estrelas do desfile da Morada do Samba! (Foto: LigaSP/Felipe Araújo)
Um quesito com grandes apresentações esse ano foi mestre-sala e porta-bandeira. Os dois possuem muita responsabilidade, pois, juntos, precisam trazer a tão sonhada nota 10. O grande casal de 2019 é da Mocidade Alegre. Emerson Ramires e Karina Zamparolli dançam juntos desde 2013 e colecionam notas máximas. A dupla fez uma apresentação arrebatadora e mostrou toda a sintonia que possuem. Além disso, a indumentária de ambos era incrível. Karina vinha de “lua” e Emerson, de “sol”. O casal se destaca por apresentar uma regularidade em todos os anos. Desde 2013 são nota máxima no quesito. E em 2019 não foi diferente. Apesar de muitos casais terem feito grandes apresentações e mostrarem seu talento no Sambódromo do Anhembi, o destaque fica por conta da Morada do Samba, que mostrou elegância, sintonia e um lindo bailado na avenida.

O penúltimo quesito é um dos mais temidos por muitas das escolas de samba: a famosa evolução. Em 2019, a grande vencedora do quesito foi a Dragões da Real. Prezando pela técnica, a agremiação surpreendeu com uma evolução que beirou a perfeição. Com nenhum “anda e para”, efeito-sanfona nas alas ou buracos,  a vermelho e branco mostrou o quanto domina esse quesito. Os componentes estavam soltos, alegres e deslizavam na pista. Além, o último setor da Tricolor passou com 45 minutos de desfile no setor H. Isso só evidencia o quanto a escola manteve seu andamento durante toda apresentação e terminou seu desfile com uma grande tranquilidade. Avante, Dragões! Chegou sua hora! 

Para fechar o "Carnavalize de Ouro", falaremos da melhor escola do Grupo Especial de São Paulo. Além dos quesitos pertencentes ao julgamento, também foi levada em consideração a comunicação com o público durante o desfile. 

Comunicação, plástica, samba... Os Gaviões fizeram bonito no Anhembi, reeditando um clássico! 
Para o site Carnavalize, a melhor escola de samba de 2019 em São Paulo foram os Gaviões da Fiel. Com um desfile que já está na memória dos torcedores e, principalmente, dos sambistas, a alvinegra levou um samba conhecido e aclamado que ajudou a potencializar ainda mais sua apresentação. Com uma arquibancada polvorosa do início ao final e o samba sendo entoado a plenos pulmões, os Gaviões elevaram o Anhembi a um nível até então nunca visto. 

As bandeirinhas ajudaram a inflamar ainda mais o público presente e o show da bateria e do carro de som contribuiu ainda mais. Quem esteve presente pode sentir o clima que aquele desfile proporcionou e a sensação de que a alvinegra tinha voltado aos velhos tempos. Memorável, inesquecível e impactante. 


O Grupo de Acesso de São Paulo a cada ano vem crescendo e evoluindo. Para destacar e premiar o Grupo, selecionamos dois quesitos.

A MUM trouxe os pavilhões para a Avenida, um hino de samba! (Foto: LigaSP/Felipe Araújo)
O primeiro quesito é samba-enredo. Em 2019, a grande vencedora foi a Mocidade Unida da Mooca, que estreou no Grupo de Acesso. A bela obra cresceu na pista e ajudou a escola a passar pelo Anhembi, abrindo em alto nível o domingo de carnaval.

A Pérola Negra fez um grande desfile, ascendeu ao Grupo Especial e conquistou nossa equipe! (Foto: LigaSP/Marcelo Messina)
O nosso segundo e último quesito é de melhor escola. Em um ano equilibrado e cheio de surpresas, a melhor escola do Grupo de Acesso de 2019 foi o Pérola Negra. Com um desfile regular na maioria dos quesitos, a agremiação da Vila Madalena mostrou um belo conjunto visual. O carnavalesco Anselmo Brito, mais uma vez, mostrou seu talento e levou um enredo de fácil assimilação para avenida. Outros pontos positivos foram a comissão de frente, o casal de mestre-sala e porta-bandeira e a bateria. Ademais, a evolução não apresentou percalços. Com uma apresentação técnica, o Pérola Negra se retornou ao Grupo Especial como campeão da divisão de acesso. 

No carnaval de 2020 estaremos de volta com mais desfiles e elencando os melhores do ano, sempre enaltecendo a festa do carnaval paulistano!
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Após um primeiro dia de desfiles controversos, a segunda-feira reuniu uma boa variedade de linguagens e estilos em apresentações marcantes. Se os enredos de domingo se destacaram negativamente, grandes narrativas passaram pela Avenida nas escolas de segunda. As temáticas críticas deram o tom mais uma vez das grandes apresentações da folia. 

A São Clemente abriu a noite com uma das grandes apresentações da sua história. Resgatando sua identidade irreverente e crítica, a preta e amarela se comunicou muito bem com o público em fantasias e carros coloridos e de fácil leitura. A aposta na reedição de "E o samba sambou" se mostrou acertada, levantando a harmonia da escola. Após um desfile crítico, a Vila Isabel fez a aposta num cortejo clássico e opulento. Cantando a história de Petrópolis de maneira burocrática e densa, a agremiação levou fantasias e alegorias que impressionaram pelo luxo e beleza. Entretanto, o samba se mostrou um ponto negativo, deixando a desejar no rendimento. Com uma evolução problemática, a azul e branco estourou o tempo regulamentar em um minuto, ocasionando perda de um décimo 

Terceira a desfilar, a Portela realizou um sonho de homenagear Clara Nunes. Num desfile controverso, a escola apostou na harmonia e na emoção de seus torcedores que cantam o grande samba com muita animação. O fio condutor do enredo foi a brasilidade que costurou o Brasil, Minas, África e Madureira num caldeirão multi-cultural. Com alegorias modestas e fantasias irregulares, a aposta da experiente carnavalesca Rosa Magalhães foi em uma estética poética e bem fundamentada. Infelizmente, problemas de acabamento atrapalham o todo. 

Logo depois, o Ceará entrou na avenida através da União da Ilha, em uma passagem simpática. Com uma Comissão de Frente que impressionou o público, a tricolor apresentou uma plástica irregular em alegorias sem tanta criatividade. O enredo se mostrou frágil e não amarrou bem a proposta de narrar as obras de Rachel de Queiroz e José de Alencar às características locais do Ceará. Logo depois, o estado do oeste nordestino foi apresentando também na Paraíso do Tuitui. A fábula política sobre o bode Ioiô contou a história de Fortaleza e não deixou escapar a crítica política. Apesar de empolgante, a apresentação teve problemas de evolução e em alegorias, que comprometaram o brilho da atual vice-campeã do carnaval. 

Rasgando a pista, a Mangueira fez uma apresentação inesquecível. Recontando a história do Brasil, a verde e rosa passou sem grandes falhas nos quesitos. Se destacaram a excelente Comissão de Frente e conjunto visual que sintetizou e valorizou o histórico enredo. A verde e rosa tem tudo para brigar pelo título. Encerrado a noite, a Mocidade fez uma apresentação nostálgica embalada por seu excelente samba. Com problemas de acabamento em alegorias, a verde e branco fez uma apresentação com altos e baixos mas que encerrou bem o carnaval carioca. 

Com inovações e acertos, se viu uma noite diversa em estilos e linguagens, onde se destacaram propostas artísticas de diferentes concepções. Uma noite que celebrou a diversidade. Resta saber como o júri vai definir o rumo da festa com as notas dos nove quesitos em jogo.

Saiba como foi a apresentação de cada escola:

Crítica divertida e assertiva proporciona boa abertura da São Clemente

Opulenta, Vila Isabel se credencia ao título em desfile correto

Portela passa incorporada em Clara Nunes repleta de brasilidade

Ao som de bateria forrozeada, Ilha canta Ceará colorido

Problemas de evolução comprometem crítica empolgante da Tuiuti

Mangueira exalta o verdadeiro Brasil em desfile emocionante e sem falhas

Nostálgica, Mocidade tem desfile com altos e baixos

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Por Redação Carnavalize

Conta-se o tempo para ver o carnaval chegar rápido... e os desejos se invertem com o pedido de que o ele passe devagar para que ele não vá embora com tanta rapidez. "Eu sou o Tempo, Tempo é vida" foi o enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel, última escola a cruzar a Avenida neste carnaval, capitaneada pelo carnavalesco Alexandre Louzada.

Saulo Finelon e Jorge Teixeira, já responsáveis pelo quesito comissão de frente em anos anteriores, comandaram os bailarinos em uma apresentação sem falhas, com truques exitosos, mas que não contou com uma boa concepção e não cumpriu o papel de sintetizar o enredo. A qualidade da comissão, no entanto, não ficou comprometida. Marcinho e Cris, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, fizeram uma apresentação regular, que não contou nem com problemas nem com momentos de êxtase; a passagem foi apenas correta.
A segunda alegoria da escola apresentou requinte e bom gosto.
Plasticamente, o conjunto alegórico foi irregular, mas carros interessantes se apresentaram. O abre-alas tinha uma concepção que lembrava os antigos carnavais da Mocidade da década de 90, mas contou com problemas de acabamento nas esculturas centrais. As duas alegorias seguintes se destacaram pela beleza e pelo uso de cor e material, mas a terceira alegoria tinha pequenos problemas de finalização. O último carro, que representava os trilhos da vida, destoou do conjunto e teve visíveis problemas de acabamento e forração. As fantasias tinham qualidade mas não contavam bem o enredo, que ironicamente se mostrou linear, mas bem amarrado. O vácuo atingiu a questão da compreensão, já que o entendimento era dificultado sem o guia do desfile.

O último carro da escola trouxe uma locomotiva com o símbolo da escola.
A bateria fez uma ótima apresentação com bom andamento e execução de bossas, e contou com o auxílio da excelente condução de Wander Pires, intérprete da escola. A harmonia não explodiu em nenhum momento mas se manteve regular durante todo o cortejo, e o quesito evolução não ficou comprometido em nenhum momento.

Com altos e baixos do ponto de vista estético, a escola deve se manter no meio da tabela e pode brigar por uma vaga no sábado das campeãs.

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Por Redação Carnavalize

Poucas vezes uma escola foi tão aguardada por uma cidade – sim, não apenas por uma comunidade – inteira, ousa-se dizer, talvez, por um país. Com “História para ninar gente grande”, a Estação Primeira de Mangueira do carnavalesco Leandro Vieira contou a versão apagada dos livros da história oficial, protagonizada pela elite branca e com referências europeias. Em uma exaltação a heróis brasileiros que sequer foram conhecidos por muita gente, a escola embarcou numa verdadeira aula de brasilidade e do próprio povo. 

Estreando pela Mangueira, o casal Priscilla Mota e Rodrigo Negri foi responsável pela comissão de frente da escola. Eles trouxeram os heróis brancos e oficiais emoldurados, enquanto um grupo de índios e negros rasgavam as páginas dos livros de história do Brasil e assumiam os lugares nas molduras. Destas os heróis oficializados no primeiro momento saíam apequenados, e os negros e índios eram exaltados em seus protagonismos. A execução foi perfeita e no final Cacá Nascimento, representando uma jovem estudante, era carregada por um dos integrantes enquanto segurava uma placa que dizia “presente”. Emocionado, o público aclamou a passagem do grupo. 

A emocionante comissão de frente mangueirense.

Matheus Olivério e Squel Jorgea, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira”, representaram os donos da terra, com belíssimos trajes indígenas em que predominavam as cores do pavilhão mangueirense. Em uma apresentação irretocável, os dois encantaram as arquibancadas e arrancaram aplausos do público. 

Em termos plásticos, a escola fez uma abertura muito forte com um belo abre-alas que teve alguns problemas de iluminação em frente ao primeiro módulo de jurados e depois acendeu mais a frente. O conjunto alegórico era conceitualmente muito bem concebido do início ao fim, sem que nenhum carro destoasse, e cumpriu o importante papel de conseguir se comunicar visualmente com o público dentro do enredo de maneira muito criativa e bem executada. As fantasias foram excelentes e apostaram em diferentes soluções, materiais e formatos; cada um dos setores tinha sua proposta cromática. 
O tripé "O Quilombo Palmariano" representou a nobreza de Zumbi e Dandara dos Palmares, respectivamente Nelson Sargento e Alcione.
O enredo foi uma aula de história de Brasil. Muito bem desenvolvido, lembrou os heróis apagados da história do país e encerrou a passagem da escola de maneira muito bonita. A afirmação foi precisa ao exaltar, no encerramento, figuras ilustres como Marielle, Carolina de Jesus, Cartola, Jamelão e tantos outros: as multidões são verde e rosa e a bandeira do país se ressignifica à semelhança de seu povo que resiste dia após dia. 

A bateria do mestre Wesley fez uma apresentação inigualável, com bossas que imitavam um toque militar, em que a bateria parava para que a escola respondesse com os versos que exaltavam as mulheres do país. A evolução da escola não apresentou problemas e o chão mangueirense cantou o samba a plenos pulmões. 

Tecnicamente perfeita, culturalmente relevante e socialmente arrebatadora, a Mangueira realizou um dos maiores desfiles de sua história e sai com muita vantagem na briga pelo título.
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Por Redação Carnavalize

Depois do estrondoso sucesso do desfile vice-campeão do ano passado, a Paraíso do Tuiuti seguiu firme e forte com o talentoso carnavalesco Jack Vasconcelos rumo à noite desta segunda-feira.  O enredo crítico e bem humorado intitulado “Salvador da Pátria” contou a história de Ioiô, o bode eleito vereador no Ceará, uma narrativa muito pertinente e recheada de críticas políticas. 

No quesito comissão de frente, Filipe Moreira, bailarino e coreógrafo, comandou o grupo que mostrou a luta por terras no país. Durante a disputa, personagens tentavam deslegitimar Ioiô, o verdadeiro representante do povo. A comissão fez uma apresentação muito simpática e bem coreografada; a reação das arquibancadas foi de muita receptividade e o tripé foi bem utilizado. O único problema de execução em frente ao primeiro módulo de julgadores foi a falha de um dos efeitos. 

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marlon Flôres e Daniele Nascimento, não foi tão feliz em sua apresentação. O estandarte de Daniele chegou a bater no mestre-sala em alguns momentos e a fantasia não era tão opulenta. Não é garantido que na quarta de cinzas os defensores do quesito saiam coroados com quarenta pontos. 

Nos quesitos estéticos, a escola fez uma belíssima abertura em cores quentes; o abre-alas passou com um alto contingente de composições para garantir um bom efeito, mas passou apagado em frente ao primeiro e também ao quarto módulo de julgamento. Ao longo da pista, a mesma alegoria chegou a apresentar um princípio de incêndio que foi controlado pelos extintores do Corpo de Bombeiros. Na linguagem e na concepção, o desfile era muito bem resolvido: a abertura partiu da seca e chegou ao litoral. A segunda alegoria também se destacou e o conjunto foi muito bem concebido. A última alegoria enfrentou problemas sérios de acabamento em elementos do carro e também teve dificuldades com a parte hidráulica, em que elevações não subiram. 
As fantasias apresentaram altos e baixos. O primeiro setor era bonito, mas alguns componentes tiveram problemas com seus chapéus e outras fantasias deixaram a desejar no final do desfile; apesar pos pesares, Jack fez um bom uso de cores e teve sucesso na transmissão do enredo. 

O tripé mostrou o lado faceiro do Bode Ioiô.
O enredo começou em tom de fábula e contava como muita clareza a história do personagem principal, que foi exaltado ao longo de toda a narrativa e foi o pivô de uma conexão à crítica política que se fez muito pertinente dentro do tema. 

A SuperSom do mestre Ricardinho fez uma boa apresentação e fez uma paradona que levantou o público, essencial para aliviar a tensão do início do desfile que se deu por conta dos imprevistos com o abre-alas. Celsinho Mody e Grazzi Brasil conduziram o samba brilhantemente e a harmonia da escola foi uniforme; notou-se que o público comprou o ótimo samba da escola. 

Apesar dos problemas de acabamento, a última alegoria mexeu com as arquibancadas.
O quesito evolução foi o mais problemático do desfile. Houve demora no início da apresentação e o samba oficial só começou a ser cantado quando o relógio já estava marcando seis minutos no cronômetro. A abertura de alguns buracos no início do desfile e os problemas do último carro para fazer a curva ocasionaram pequenos clarões e a escola precisou correr no fim do desfile para não estourar o tempo.
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Por Redação Carnavalize

Vixe Maria! Terceira escola a cruzar a Marquês de Sapucaí, a União da Ilha do Governador transformou as arquibancadas em poltronas para o Ceará, pano de fundo do enredo que contou a peleja entre os escritores Rachel de Queiroz e José de Alencar. O desfile ganhou a assinatura do figurinista Severo Luzardo por mais um ano foi o primeiro da administração do presidente Djalma Falcão. 

Estreante no Grupo Especial, o coreógrafo Leandro Azevedo comandou os bailarinos da comissão de frente que eram abençoados por Padre Cícero. Os bailarinos utilizaram bem a pista para a execução de passos e um componente vestido de Padre Cícero surpreendia a arquibancada ao sair de um elemento cenográfico em cima um drone que sobrevoava na altura dos olhos do público. Apesar de boa fundamentada e do momento de explosão, o truque se fez desnecessário. 

Representando a realeza de Jericoacoara, Phelipe Lemos e Dandara Ventapane, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Ilha, fizeram uma excelente apresentação. Entrosados e com uma belíssima fantasia vermelha, eles defenderam bem o pavilhão com uma dança coreografada. A exibição dos dois foi uma das melhores do quesito nas duas noites. 
As fantasias da ala de baianas foi exemplo do bom conjunto apresentado por Severo Luzardo.
Esteticamente, as alegorias oscilaram. A abertura apostou em um abre-alas grandioso, mas as esculturas laterais de dragões no carro tinham um fundo mal concebido. Ademais, as outras alegorias eram bem acabadas mas o uso de algumas combinações cromáticas foi uma questão em que se pecou. No conjunto, houve altos e baixos, e o destaque positivo foi a última alegoria, que representava a renda nordestina. O conjunto de fantasias foi uniforme e bastante luxuoso. O enredo, no entanto, foi um ponto frágil: os fios condutores não ficaram explícitos e a narrativa seguiu o caminho de um CEP burocrático sobre o Ceará. 

A última alegoria da União da Ilha chamou atenção pela beleza.
A Baterilha também foi regida por uma nova dupla: Keko e Marcelo, os mestres que assumiram o posto após o desligamento do mestre Ciça. Um dos grandes destaques da passagem insulana foi a execução perfeita de bossas com triângulos que ditavam o ritmo de forró e xaxado e que deram o tom certo de animação que faltou à letra e melodia do fraco samba. No quesito harmonia, a escola se saiu bem, apesar do canto ter variado entre algumas alas. Ito Melodia, figura sempre carimbada por agregar qualidade aos sambas, não brilhou do jeito que se esperava nesta noite, fazendo uma apresentação apenas confortável e correta. 

Com um desfile bem linear e sem grandes preocupações, a Ilha deve se manter no conforto das posições intermediárias da tabela.
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Por Redação Carnavalize

Quarta escola a desfilar, a tradicionalíssima Portela era uma das escolas mais aguardadas pela homenagem que rende à uma das lendárias figuras da música brasileira e da própria agremiação: Clara Nunes. O enredo “Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá” foi desenvolvido pela professora Rosa Magalhães e fez um passeio pelos carnavais do bairro, como o retratado pela pintora Tarsila de Amaral. Rendeu, também, homenagem à filha de Ogum com Iansã que desencarnou há mais de trinta e cinco anos. 

De volta ao carnaval, o premiado Carlinhos de Jesus foi o coreógrafo responsável pela comissão de frente portelense. O grupo ganhou o nome de “Ritual do entardecer”, em que guerreiras Iansã abriam caminhos e saudaram Mariene de Castro. Com bastante dança e elementos ligados à cultura africana, o tripé que representava a orixá se abria pra que Mariene fosse louvada, e a cantora chegou a fazer breve encenação com o casal de mestre-sala e porta-bandeira, com sorrisos e acenos. A surpresa emocionou as arquibancadas e a ressalva que se faz na passagem da comissão fica por conta dos problemas de acabamento do elemento, detalhe que não tirou o brilho da apresentação. 

Marlon Lamar e Lucinha nobre foram os defensores do pavilhão portelense e trajaram uma belíssima indumentária branca que foi batizada de “Seres de Luz”. Ela representou a própria Clara, enquanto ele encarnou a majestosa águia da Portela e apresentaram uma coreografia com passos bem marcados, fugindo do estilo tradicional. 
O requinte contrastado à simplicidade da terceira alegoria contribuiu para um belo visual.
As alegorias foram simples, apostaram em pintura de arte e representaram a estética modernista sobretudo. Os destaques ficam por conta das alegorias três e quatro, respectivamente igreja barroca e a representação de “Contos de Areia”. O segundo carro apresentou falhas na pintura e a última alegoria, apesar de ter destoado do restante, não comprometeu o quesito. O conjunto se mostrou regular e coeso. As fantasias foram irregulares e no primeiro setor simplicidade e cor foram as apostas de Rosa, já que retratavam os antigos carnavais. Do meio para o final do desfile, o conjunto de indumentárias teve uma crescente qualitativa, apostando no uso de muitas penas de acetato. 

O enredo se mostrou inteligente a partir da vertente da brasilidade que ditou o tom desde o início do desfile, embarcando pela natureza do abre-alas, Tarsila do Amaral passando pelo barroco, pela cultura africana e desembocando na tal brasilidade que se faz presente na Portela. 
Contos de Areia era o nome da quarta alegoria.

A Tabajara do Samba do mestre Nilo Sérgio bateu toques para Iansã e Ogum, os pais de Clara, que foram representados nas fantasias da rainha Bianca e do mestre Nilo, respectivamente. Gilsinho, em um bom desempenho, incendiou a escola que teve uma excelente harmonia. A evolução apresentou problemas com o abre-alas que travou logo na entrada da Avenida e apresentou problemas mais à frente. Noves fora, não houve maiores questões. 

Apesar de alguns deslizes estéticos, a Portela confirma o favoritismo e deve brigar pelas primeiras posições.
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Por Redação Carnavalize

Segunda escola do último dia de desfiles, a Vila Isabel desceu a serra e o Morro dos Macacos para contar a história de Petrópolis, a cidade imperial. Depois de um ano aquém das expectativas em 2018, a Vila Isabel contratou o carnavalesco Edson Pereira, atual campeão da Série A, para desenvolver o enredo “Em nome do Pai, do Filho e dos Santos, a Vila canta a cidade de Pedro”. Desde o pré-carnaval a escola já mostrou que não viria à Sapucaí para fazer apenas mais uma passagem qualquer: com um dos barracões mais luxuosos e adiantados da Cidade do Samba, a escola deixou claro que a mira era o retorno ao sábado das campeãs, o que não acontece desde o seu último título, conquistado em 2013. 

A comissão de frente foi comandada por Patrick Carvalho, coreógrafo premiado pelo Estandarte de Ouro do último carnaval, e trouxe os personagens principais da cidade como guias de um visitante que chegou à cidade e foi assombrado por fantasmas. O tripé que acompanhou o grupo foi muito bem utilizado e a apresentação bem executada, recorrendo a uma dose de bom humor. Truques de mágica também foram um investimento na interação com o público e obteve êxito. O porém fica pelo tempo da apresentação, que era um pouco mais longa que o normal. 
Detalhes da lateral do enorme abre-alas da Vila Isabel.
Pelo terceiro ano juntos, Raphael e Denadir formaram o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Vila Isabel. Eles representaram os espelhos d’água e trajaram uma das indumentárias mais bonitas até aqui. Os dois fizeram uma apresentação segura e os guardiões do casal faziam um belo movimento do balanço das águas petropolitanas.

Esteticamente, a escola chamou atenção pela opulência e grandiosidade de suas alegorias. Com um início suntuoso, o abre-alas trouxe três acoplamentos, o maior até agora, e inteiramente em tom dourado. A estética clássica foi a grande aposta e o conjunto se mostrou regular, com destaque para algumas alegorias que trouxeram cenas funcionais e para o deslumbrante segundo carro, que trazia um índio, esculturas de pedras, muita água e deixou as arquibancadas boquiabertas. O último carro exaltou a negritude da Vila e a ligação nominal com a Princesa Isabel e tinha um belo acabamento, além de ter emocionado pela presença da família da vereadora Marielle Franco, brutalmente assassinada há quase um ano.  O conjunto de fantasias foi riquíssimo e investiu no uso de plumas naturais e contou muito bem a narrativa que propunha. O enredo passou pela história de Petrópolis de forma simples e reta, sem grandes ousadias, mas a apresentação não ficou comprometida. 

O último carro chamou atenção pela beleza e contou com a presença da família de Marielle Franco.
Cria da casa mas estreante no cargo, o mestre Macaco Branco comandou os ritmistas da Swingueira de Noel e desempenhou um ótimo trabalho. O samba não rendeu como esperado, apesar de uma boa atuação de Tinga que está de volta à escola do coração, e cumpriu um papel apenas burocrático, cantado pela comunidade sem grandes empolgações. 

A evolução foi o ponto negativo; lenta e com buracos, a Vila Isabel estourou em um minuto o tempo máximo de desfile e poderá ser penalizada na quarta de cinzas. Apesar do contratempo, a disputa pelo título não deve ficar comprometida.
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Por Redação Carnavalize 

No ano de 1990, em meio ao crescimento desenfreado das escolas de samba e à dinâmica dos bastidores do carnaval, a São Clemente desfilou o enredo “E o samba sambou” para falar sobre os rumos da festa. Hoje, vinte e nove anos depois, o carnavalesco Jorge Silveira tirou da estante aquele mesmo livro para dar continuidade  a essa história em novas páginas e levantar, quase três décadas mais tarde, o tapete do carnaval para mostrar a poeira que ainda se esconde por baixo dele. Com muito bom humor, reverberou novamente aquele famoso grito: olha a crítica!

Estreando na agremiação, o experiente coreógrafo Junior Scapin comandou os bailarinos da comissão de frente clementiana, que representou os famigerados cartolas das escolas que tomam decisões sobre os rumos do carnaval em uma mesa de reuniões, contando com a presença da polêmica virada de mesa. Os personagens rendiam homenagem à elogiada comissão de vinte e nove anos atrás e interagiram muito com o público, arrancando aplausos. A ressalva fica por conta do tripé que era excessivamente grande e foi utilizado para a apresentação do grupo em frente aos módulos de julgamento, enquanto na passagem entre os setores foi adotada uma coreografia no chão. Muito bem vestidos, os cartolas sintetizaram o enredo e apresentaram a escola com acidez na medida certa e muita irreverência. 
A comissão de frente da escola trouxe os cartolas de cada agremiação e encenou uma virada de mesa na sala de reuniões.
Juntos pelo primeiro ano, o mestre-sala Fabricio Pires, que já está na agremiação há sete carnavais, recebeu como parceira a premiadíssima porta-bandeira Giovanna Justo, que está de volta à Sapucaí depois de um ano sabático. Defendido por guardiões vestidos de paparazzis, o casal representou os ícones do pop que substituem os sambistas; ele estava vestido de Michael Jackson, enquanto ela encarnou o personagem da cantora Madonna. Experientes, os dois apostaram em uma dança tradicional e sem coreografias, o que pode ser valorizado ou canetado pelos jurados. 

No quesito alegorias, o conjunto se mostrou muito claro, objetivo e bem resolvido. O colorido e a fácil leitura foram aliados importantes ao bom acabamento e uso da volumetria. O trabalho de cor da escola era excelente e a abertura passou do amarelo e preto, tons do pavilhão, para o tom alaranjado que seguiu fazendo uma boa transição entre os setores. A ideia do uso de costeiros em algumas alas fez sucesso e o conjunto também tinha fácil leitura. O enredo era muito bem amarrado, com ápice no final da passagem da escola, em que a sua própria história era exaltada e a crítica ganhou tom emotivo com a presença dos carnavalescos na quinta e última alegoria, que passou apagada por algumas cabines de julgamento. O contratempo, porém, não foi suficiente para causar grandes preocupações, já que o público reverenciou o encerramento da escola com muitas palmas. 

A segunda alegoria criticou os camarotes que tomam conta da Avenida.

A Fiel Bateria de mestre Caliquinho deu um verdadeiro show e foi um dos grandes destaques ligados ao samba. As paradinhas no refrão do meio propiciaram uma boa resposta da escola, que começou com uma harmonia morna e depois melhorou a intensidade do canto. No microfone, Leozinho Nunes, que já era intérprete da agremiação, recebeu o reforço de Bruno Ribas e Larissa Luz. A passagem do trio foi apenas correta e não emocionou como poderia, já que tinham nas mãos a chance de brilhar com um samba que era uma das grandes apostas da agremiação, mas não o fizeram. 

O quinto carro da escola arrancou aplausos com a presença dos carnavalescos da Série A.
A evolução foi um quesito comprometido, já que o abre-alas se moveu vagarosamente e abriu um pequeno buraco, somado a outros clarões que foram abertos entre as alas. A fluidez da escola na pista foi irregular e até mesmo lenta. 
De toda forma, numa dose perfeita de crítica e bom humor, a alegria clementiana deve garantir com folga a permanência no grupo e a briga por posições confortáveis na tabela. Desponta aqui, até o momento, como uma grata surpresa dos dois dias.
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Em mais um dia de forte chuvas no Rio de Janeiro, foi dada a largada do principal grupo das escolas de samba com pouco mais de meia hora de atraso. Com sete escolas se apresentando, se viu uma forte crise criativa na festa nos quesitos de enredo e alegorias, com passagens muito aquém do esperado em alguns aspectos. Das narrativas que passaram, poucas se destacaram por sua clareza e bom desenvolvimento, mostrando que faltou discurso nesse primeiro dia de apresentações.

Abrindo os cortejos, o Império Serrano fez um desfile que arriscou desde a adaptação da música de Gonzaguinha até o elemento cenográfico que serviu de palco para apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira. Com claros problemas de barracão, o enredo sobre a Vida se mostrou um enigma e muito abstrato, não rendendo alegorias e fantasias de fácil leitura. A explosão esperada no canto da escola com a famosa canção da MPB também não aconteceu. Colocando a Serrinha como favorita ao rebaixamento.

Segunda escola a se apresentar, a Viradouro mostrou a força de sua comunidade e se destacou com folga nessa primeira noite de desfiles irregulares. Com um excelente trabalho estético de Paulo Barros, a escola passou bem em vários quesitos, só deixando a desejar em enredo e samba-enredo. O tema sobre mundos imaginários não teve um bom desenvolvimento, ao contrário da furacão vermelho e branco comandada por Mestre Ciça. Mais uma escola que teve problemas em tecer um enredo bem amarrado foi a Grande Rio, a escola falou do jeitinho brasileiro numa narrativa confusa e sem pontos altos. Com uma plástica comprometida e pouco inspirada do casal Lage, a escola teve como seu único destaque a comunidade de Caxias que entoou o seu samba-enredo duvidoso de maneira valente. 

Louvando o orixá Xangô, o Salgueiro pisou forte na avenida e fez um desfile sem grandes sustos. A escola foi uma das poucas que não apresentou grandes problemas em enredo, mostrando um conjunto de alegorias e fantasias que começou bem e deixou a desejar nos últimos setores. Com um samba explosivo, a vermelho e branco enfrentou ainda problemas de evolução que podem fazê-la perder décimos preciosos na briga pela vaga nas Campeãs. Na sequência, a Beija-Flor passou irreconhecível na pista. Mais uma vez apostando em uma estética cênica e mais simples, a escola não se comunicou tão bem com o público através de um enredo confuso e mal amarrada. Dos quesitos visuais, apenas as fantasias se destacaram. O samba mediano da Soberana foi bem cantada pelo componentes, mas sem explodir. 

Em mais uma apresentação marcada por altos e baixos, a Imperatriz causou apreensão na pista ao apresentar problemas em colocar seu abre-alas no desfile. A verde e branco abriu um grande buraco em seu início, o que acabou prejudicando toda a evolução da agremiação. Mais uma escola que apostou em alegorias cênicas e compactas, que se comunicaram bem com um enredo simples e contado de maneira adequada. A bateria de mestre Lolo foi o ponto alto do cortejo.

Encerrando a noite, a Unidos da Tijuca fez um desfile que divide opiniões. Fato é que a escola que contou com o talento de Laíla para fazer um desfile técnico, que apostou na emoção e em alegorias e alas coreografadas. O samba-enredo foi muito bem cantado por Wantuir e pela comunidade do Borel. Apesar disso, os quesitos de enredo, fantasias e comissão de frente deixaram a desejar. 

Da primeira noite de desfiles, o que se viu foram muitas escolas tentando inovar e usando da cartilha que fez a Beija-Flor ser campeã no ano passado: um linguagem visual simples e teatral com forte comunicação com o público. Apesar das tentativas, nenhuma escola conseguiu alcançar excelência na proposta, muito por conta da falta das boas narrativas da noite. Dentre todas, a Viradouro e Unidos da Tijuca se destacaram em diversos quesitos e podem brigar pelas primeiras posições. Resta saber como os jurados vão interpretar o que se passou na pista e como serão as apresentações de segunda-feira. 



Saiba como foram cada apresentação em detalhes:

Dúvida, Império Serrano não responde aos mistérios da vida na Avenida.

Viradouro reafirma sua força em apresentação lúdica.

Mesmo com o chão de Caxias, quem nunca fez um desfile mediano?

Evolução compromete saudação a Xangô, mas Salgueiro briga pelo sábado das campeãs

Fábulas não convencem e Beija-Flor faz desfile sem moral da história

Clarões no chão e excelente bateria marcam passagem de Ramos.


Unidos da Tijuca: Pão sai quente do forno com passagem técnica da escola


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Por Redação Carnavalize

Laíla. As cinco letras que formam este nome foram suficientes para dar à Tijuca, escola que teve incontestável crescimento na última década, o que lhe faltava, mesmo depois de três campeonatos conquistados desde 2010. Com o reforço deste renomado profissional, a Tijuca também recebeu Fran Sérgio para integrar a comissão de carnaval que desenvolveu o enredo “Cada macaco no seu galho. Ó, meu pai, me dê o pão que eu não morro de fome", uma viagem pela história do alimento que está na mesa de quase todos os brasileiros. 

Estreante no Grupo Especial, Jardel Lemos assumiu a comissão de frente tijucana em seu primeiro ano pela agremiação. O conjunto apresentou uma coreografia bastante simples, apesar da boa execução, e fez uso de um elemento cenográfico de apoio que girava e jogava pequenos pedaços de algo que tinha como intenção representar o pão e era oferecido ao público. A representação da miséria e do alimento do corpo trouxe uma grande simbologia à apresentação. 

Alex Marcelino, que já era mestre-sala da agremiação desde o último carnaval, recebeu Raphaela Caboclo, sua parceira de antigos carnavais, como porta-bandeira para que juntos formassem o primeiro casal da Tijuca. Com uma linda indumentária amarelo ouro, o reencontro transmitiu segurança e a apresentação foi bela e os passos bem executados. O entrosamento dos dois acrescentou brilho ao bailado. 
Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola fez uma excelente apresentação

O conjunto alegórico se manteve regular e optou pela presença de grupos que atuavam em atos antes cada uma das alegorias. Dentre as desfilantes da noite, as alegorias se mantiveram acima da média, com destaque para o carro do navio negreiro, que impressionou as arquibancadas. O último carro, porém, já foi um contraponto em que a qualidade não era das melhores. As fantasias também deixaram a desejar em dados momentos do desfile, principalmente quando se leva em consideração que a comunidade do Borel tem o costume de vir bem vestida. O enredo, porém, se mostrou confuso e a dose de religiosidade e mesmo da escravidão desviaram qualquer chance de clareza ao longo da passagem da escola pela Avenida. 
Quarta alegoria tijuca trazia a partilha do pão por Jesus Cristo.
A Pura Cadência de mestre Casagrande é sempre um show a parte e foi, inquestionavelmente, o grande trunfo da escola. Wantuir, que está de volta à agremiação depois de dez anos, conduziu brilhantemente o samba que ferveu o chão da escola. A comunidade tijuca é famosa pelo canto forte e desta vez não foi diferente. A evolução não apresentou grandes problemas e foi similar ao trabalho que Laíla exercia na Beija-Flor de Nilópolis e a escola encerrou o desfile com gritos de "é campeã". 

Defendendo quesitos e confirmando o favoritismo, a escola se destacou como a melhor da noite e deve brigar pela mão na taça.
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