#Carnaval2019 - Dúvida, Império Serrano não responde aos mistérios da vida na Avenida.

by - março 03, 2019



Por Redação Carnavalize

Depois de um rebaixamento – que não aconteceu graças à virada de mesa – no último carnaval, o Império Serrano foi o responsável por abrir a temporada de desfiles do Grupo Especial em 2019. Com um pré-carnaval conturbado financeiramente, a escola optou por um enredo autoral do carnavalesco Paulo Menezes sobre a vida, de título “O que é? O que é?”, inspirado na música de Gonzaguinha, que foi escolhida como a letra oficial da Serrinha para este ano. 

Logo na abertura, a comissão de frente da bailarina Claudia Motta, que agora retorna à agremiação, representou o surgimento da vida e o renascimento. Muito interpretativa, o grupo se apresentou durante todo o tempo em cima do tripé que não tinha qualquer outra função que não fosse servir de palco. Sem grandes truques, misturando coreografia e encenação, os movimentos do corpo de baile foram precisos e simples, tendo como ponto alto a simulação de um parto. 
Pelo primeiro ano juntos, Diogo Jesus e Verônica Lima, atual campeã do Estandarte de Ouro, formaram o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola. Em cima do mesmo tripé que a comissão de frente, logo após a passagem dos bailarinos, os dois subiam no elemento por um elevador hidráulico lateral. Eles representaram a energia que constitui a vida, mas a performance não foi das melhores, já que o pavilhão molhado de Verônica prejudicou a sua condução e a bandeira acabou enrolando por duas vezes. O fato de estarem em cima de um palco também não transmitiu segurança aos dois. 
Comissão de frente do Império Serrano se apresentou em cima de um tripé.
Plasticamente, as alegorias apresentaram alguns problemas de finalização e de concepção e o quinto carro passou com a iluminação apagada pelos julgadores. A volumetria também teve desvios e a utilização de determinados materiais foi equivocada. As fantasias estavam em um nível melhor mas se notou em muitas alas a ausência de costeiros, a exemplo das baianas, falta de chapéus e problemas de execução e finalização. O enredo ficou no campo da abstração e não foi narrado com fluidez na Avenida, prejudicando a leitura. 

Alegoria de número dois da escola.
A Sinfônica do mestre Gilmar, conhecida pela qualidade e pelo naipe de agogôs, não fez grandes bossas e não apresentou momentos de explosão. Silas Leléu e Anderson Paz formaram a dupla de intérpretes que conduziu a música de Gonzaguinha adotada como samba-enredo da escola. Como já era esperado devido ao ritmo acelerado para a letra, a harmonia também não incendiou as arquibancadas, apesar do canto ter se mantido regular. No quesito evolução, houve pequenos clarões ao longo da pista. 

A expectativa é que a escola brigue na parte de baixo da tabela pela permanência no Grupo Especial.

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