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Carnavalize

 

Arte: Vítor Melo
Texto: Talitha Dejesus
Revisão: Luise Campos

Levanta, povo, cativeiro já acabou… 

Neta de escravizados por parte de mãe, a parteira de nome Amélia de Jesus dos Santos e de negros forros por parte de pai, o pedreiro e capoeirista Paulo Batista dos Santos, a cantora nasceu na cidade de Valença, no estado do Rio de Janeiro, um polo da cultura afro-brasileira por conta do fluxo de ex-escravizados que trabalhavam forçadamente no cultivo de café.


Moro na roça iaiá, nunca morei na cidade…


Ainda criança, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, para Oswaldo Cruz, onde anos depois nasceria a escola de samba Portela. Desde pequena, Clementina ouvia sua mãe cantar enquanto lavava as roupas na beira do rio e, dessa forma, por meio da transmissão oral, assim como faziam os africanos, ela foi carregando a herança que revolucionaria o samba anos mais tarde. Mulher, negra, nascida na periferia, mãe solo e por anos lavadeira e empregada doméstica, mesmo tendo sido descoberta tardiamente, a cantora foi um dos pilares do samba brasileiro. Com sua voz rouca, potente e ancestral que entoava cantigas, jongos, partido-alto e curimbas, se tornou a representação do canto negro no Brasil. 

Clementina pelos olhos de Walter Firmo em 1978. 

Na adolescência, Clementina participou do grupo de Folia de Reis de seu João Cartolinha, o responsável por levar a cantora para o Bloco As Moreninhas das Campinas, embrião da escola de samba Portela. Lá, ela conheceu grandes nomes da música como Paulo da Portela, Claudionor e Ismael Silva. Nesse mesmo tempo, foi convidada por Heitor dos Prazeres para ensaiar suas pastoras, o que fez durante muitos anos. Até então, Clementina cantava apenas por prazer e não profissionalmente. Ao se casar com Albino Pé Grande, em 1940, mudou-se para o Morro da Mangueira e de lá não saiu mais.

Foi apenas no início dos 1960, já com 63 anos, que a cantora e compositora despontou no universo musical. Zicartola, o reduto cultural para além da música, sendo também um espaço de resistência política nos tempos de chumbo, foi o espaço responsável pela reviravolta na vida da cantora. Antes disso, ela já cantava na Taberna da Glória, onde, em determinada ocasião, conheceu e encantou o produtor e compositor Hermínio Bello de Carvalho. Mas foi na inauguração do bar que o artista a reencontrou e a convidou para o espetáculo ‘’Rosa de Ouro’’, show que a consagraria. Clementina estava sempre rodeada por grandes bambas, como os que faziam parte do espetáculo: Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Nelson Sargento e Aracy Cortes. 

Clementina de Jesus entre Elton Medeiros e Paulinho da Viola no espetáculo Rosa de Ouro, show de grande valor histórico. Foto: O Globo.


“A nêga Clementina de Jesus já passou por muita coisa na vida. E hoje, para viver, beirando os 80 anos, necessita ainda se locomover por esse Brasil inteiro fazendo a única coisa que ainda pode: cantar. Mas a nêga véia está cansando, seu Ministro [...]”

Esse é o trecho de uma carta que Clementina escreveu para o Ministro da Previdência da época, Jair Soares, pedindo sua aposentadoria. Apesar do grande desponte, a artista não teve grande sucesso comercial e chegou a passar por problemas financeiros. 

Com toda sua riqueza ancestral, Rainha Quelé foi uma peça fundamental para a popularização do samba. No entanto, mesmo depois de alcançar notoriedade dentro e fora do Brasil, não foi reconhecida como uma grande artista.

Clementina teve pouco tempo de carreira, mas foi o tempo suficiente para eternizar o seu legado e se firmar como o elo entre a diáspora africana e o Brasil através da música. O que se torna interessante por uma curiosidade: embora participasse das festas em homenagens aos orixás, Quelé era católica fervorosa e convivia com cânticos religiosos cristãos e os de matriz africana. Foram inesquecíveis os jongos, curimbas, pontos de umbanda, curimãs, caxambus, lundus, cantos fúnebres oriundos do interior do Nordeste e do Vale do Paraíba que ganhavam vida em sua voz, assim como as cantigas, afoxés e partidos que improvisou em rodas de samba de quilombos como Portela e Mangueira, presenciadas por Aniceto do Império e Carlos Cachaça. 

Já brilhou nos caxambus. E hoje aqui ela é rainha. Clementina, cadê você?



Clementina e sua paixão, a escola de samba Estação Primeira de Mangueira. Foto: Acervo O Globo


Sem se dar conta do tamanho de sua importância, a artista, que apesar de sempre elegante, era sempre simples e humilde, quebrou barreiras sociais e políticas em um país que não reconhece o protagonismo negro e feminino em nossa cultura. Quelé foi um marco não só no samba, mas também para a música popular brasileira. A partir dela, a africanidade e os ecos de um Brasil de uma época escravocrata ganhavam espaço na mídia de uma forma não vista antes. Através da voz, do canto, dos gestos e do vestuário de Clementina, a cultura negra passou a ser vista com outros olhos. 

A cantora gravou 13 LPs, contando com álbuns solo e participações em obras coletivas. O destaque fica para o disco ‘’O Canto dos Escravos’’. Nele, 14 cantos ancestrais dos negros benguelas de São João da Chapada e Quartel do Indaiá, povoados de Diamantina, município de Minas Gerais, são interpretados por ela e por mais dois defensores da preservação das tradições ancestrais afro-brasileiras na música: Geraldo Filme e Tia Doca da Portela.

Clementina foi querida e reverenciada por grandes nomes da música brasileira como Elis Regina, João Nogueira, Clara Nunes, Caetano Veloso, Maria Bethânia e João Bosco. Suas canções nos embalam até hoje pelas rodas de samba Brasil afora. A alma e a nobreza da cultura negra estão eternizadas no legado de Quelé.

Podemos assimilar a imagem de Clementina à da yabá Nanã: a memória do povo, a experiência de vida, os aprendizados mais profundos e a sabedoria. Salve, salve Clementina! A orixá que tivemos a honra de testemunhar em vida.


Clementina de Jesus em seu apartamento no Rio de Janeiro - Julho de 1979. Foto: Walter Firmo


Referências:

Livro: Quelé, a Voz da Cor: Biografia de Clementina de Jesus (Civilização Brasileira, 2017)

Filme: Documentário Clementina de Jesus: Rainha Quelé (2011)

Internet: www.museuafrobrasil.org.br/pesquisa/hist%C3%B3ria-e-mem%C3%B3ria/historia-e-memoria/2014/07/17/clementina-de-jesus





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Arte: Vítor Melo.

por João Vitor Silveira
Revisão: Luise Campos


Começar o texto com um questionamento é sempre uma estratégia interessante para estimular o leitor e fazê-lo pensar junto sobre o assunto que queremos tratar. Porém, neste momento em que vivemos, essa pergunta vai para além de uma simples estratégia de escrita ou maneira de produzir um título de impacto. É uma reflexão que se faz necessária e muito tem me causado aflição – e acredito que não seja o único. 

Não é de hoje que esse tipo de ponderação ronda a cabeça daqueles que vivem e respiram o Carnaval e, de alguma maneira, também conversam com outros corações apaixonados pelas agremiações. Sempre se discute o afastamento gradual delas suas comunidades, a distância das quadras de suas origens, as cifras que comandam a manifestação cultural e o foco quase exclusivo no aspecto competitivo do Carnaval.

A rapidez com que muitos chegam à conclusão de que as escolas estão sob o risco de acabar, ainda mais diante de um ano em que os festejos e o cortejo não irão ocorrer, evidenciam que perdemos o prumo em algum momento dessa caminhada. Quando pensamos em tudo o que nos faz amar a cultura do Carnaval, o desfile deveria ser tratado como um momento de euforia, um instante em que todos aqueles aspectos artísticos, culturais e musicais se concentram num grande momento de explosão catártica e cativante.

Os desfiles deveriam ser um subproduto da nossa cultura, não o objetivo final. 

Existe um momento em que todo amante do Carnaval precisa defender aquilo que tanto ama. Para isso, evoca o que deveria significar de fato o termo “Escola de Samba”. Essa, geralmente, é a hora de adentrar o contexto da criação das escolas, em que elas se colocavam na posição de gerar sociabilidade para suas comunidades, sendo um ponto de convergência para um povo marginalizado que tinha no canto, na dança, nas tradições religiosas uma forma de se enxergar como iguais e se ver com orgulho como o povo forte que é. 

As “Escolas de Samba” têm, acima de tudo, um compromisso social para com a sua comunidade. E aí não resumindo comunidade ao termo geográfico, mas significando toda a rede que apoia e encontra apoio na existência de uma agremiação. Encontrar maneiras de resistir e reexistir são essenciais. E foi justamente assim que as escolas fizeram para chegarem até aqui vivas, escapando do destino que atingiu as grandes sociedades, os ranchos e os cordões. 

Isso tudo é mais latente e grave quando pensamos no contexto em que vivemos. Como em nenhum outro momento deste século, a comunidade das agremiações precisa da presença viva das escolas em sua vida, da maneira que lhes são possíveis, respeitando as limitações sanitárias existentes. Mas é preciso ter clareza para enxergar as decisões como sendo provenientes de uma preocupação sanitária ou meramente de uma preocupação competitiva. 

No modelo atual de feitura dos desfiles, a roda gira muito rápido na cadeia produtiva do Carnaval. Sempre se teve em mente os momentos do calendário em que os enredos seriam divulgados, os sambas iriam começar a ser disputados e a grande obra se sagraria vencedora. Esse tempo se dava de maneira que, por quatro ou até cinco meses, o samba pudesse ser trabalhado junto à comunidade de forma exaustiva, para que fosse apresentado nos desfiles e pudesse alcançar um bom desempenho. 

Na nossa realidade hoje, essa é uma questão delicada. Um samba escolhido em janeiro de 2021 teria pelo menos um ano de maturação com seu público antes de ser defendido na Avenida. Considerando a janela de tempo padrão, seria quase o triplo do tempo em que esses sambas estariam sendo defendidos. A preocupação com essa janela de tempo provém do risco de o samba ficar saturado com sua comunidade (e até mesmo com a comunidade externa à agremiação) e não render bem no desfile. 

Mas deveria ser a nossa preocupação neste momento o possível rendimento de um samba no próximo desfile?

Se a resposta, que para mim é evidente, for um não, qual é a justificativa para as escolas cancelarem as disputas? A grande parte de seu público, no ano de 2020, esperou ansiosamente pelo momento em que teriam a oportunidade de ter contato com as agremiações que compõem e tanto amam. As disputas se encaixam nesse contexto, indo além de uma mera seleção de sambas. Elas também foram uma forma de trazer alento para uma comunidade que se viu afastada do seu mecanismo de sociabilidade, de laços e de sobrevivência durante um ano tão difícil. 

Mas, no contexto que enfrentamos, esse pensamento não se baseia apenas na manutenção dos ideais sociais das escolas. Ele também se reflete no rigor do sustento de tantos trabalhadores que serão afetados com a não realização dos desfiles no ano de 2021. As lives com as disputas de samba seriam uma maneira com que as escolas poderiam manter a roda girando para os seus próprios funcionários, arrecadando fundos por intermédio de patrocínios, podendo assim pagar seus trabalhadores mais fragilizados. Além disso, estariam também aquecer a economia para os seus intérpretes e músicos, que voltaram a defender as obras concorrentes e estabilizar sua renda com isso.

Podemos, ainda, ir além de enxergar apenas os sambas como uma maneira de se conectar com sua comunidade e de angariar fundos. As escolas têm em seu quadro de funcionários alguns dos artistas mais talentosos e proficientes de todo o país. Não há a possibilidade de realizar, em suas quadras, exposições visuais contando com obras desses artistas que trabalham na escola e, a partir disso, se conectar com a comunidade e também trazer patrocínios para as escolas? 

É preciso pensar em maneiras de ocupar o calendário do ano, para que não se veja mais um ano de afastamento das escolas de seus públicos, num momento de tanta dificuldade, horando assim o nome “escola de samba”, se conectando com sua comunidade e abandonando a lógica de funcionar com o único e exclusivo intuito de desfilar. As escolas de samba devem desfilar porque existem e não existirem para desfilar, pois no momento em que qualquer contexto adverso ameaça a organização do desfile per se, ameaça também a existência das agremiações. 

E também é preciso pensar com cuidado, dentre as escolas que decidiram por interromper as disputas, no contexto em que esses concursos vão retornar. Os regulamentos durante a pandemia possibilitaram a participação de compositores que, considerando os custos usuais das disputas, não teriam a chance normalmente de fazerem parte desse processo. Mas, no modelo em vigência, vários puderam entregar suas obras e participar do concurso, muito por conta dos baixos preços exigidos para as inscrições e também pela falta de necessidade de pagar torcida, camisas e cerveja, entre outros gastos. 

Mas, mesmo assim, a despesa com gravações e com o palco durante as disputas não é pequeno e, sendo assim, houve a necessidade para essas parcerias de um extenso e cuidadoso planejamento financeiro, que pode ser atirado pela janela caso as escolas só decidam retomar esse processo num momento em que o acesso às quadras seja permitido. Nesse contexto, com o público ávido por poder voltar à atividade que tanto amam, os pequenos compositores serão atropelados pelos custos exorbitantes que não estão gastando no momento. A possibilidade da retirada de obras em massa ou de compositores que não terão torcida frente aos grandes escritórios é grande. As escolas precisam se assegurar que essas parcerias estejam resguardadas.

De uma forma ou de outra, mesmo que decidam manter a suspensão das disputas, é urgente que as escolas encontrem maneiras de promover a sociabilidade, dentro dos limites sanitários impostos, promovendo a conexão com suas comunidades para fazê-las sobreviver, tanto no aspecto financeiro quanto sendo verdadeira para com os seus ideais. Sumir do imaginário social até ser possível realizar as disputas de forma presencial é jogar mais uma pá de cal no ideal das “Escolas de Samba” e chegar mais perto das “Escolas de Desfile”.





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